6 de agosto de 2011

John Stott (1921-2011)

     Faleceu na última semana, em Londres, um dos maiores teólogos do século XX. O pastor anglicano John Stott, referencial cristão de uma geração, partiu para o encontro com nosso Senhor Jesus Cristo no início da tarde londrina, pouco depois de ouvir, junto a seus amigos, a obra “O Messias”, de Haendel. Com quase um século de serviço cristão, Stott foi agnóstico até seus 19 anos, quando ouviu um sermão do Reverendo Eric Nash e se converteu ao cristianismo. Desde então, seu trabalho foi intenso. O inglês estudou na Universidade de Cambridge, foi sacerdote na Igreja Anglicana, capelão da coroa britânica, fundou o London Institute for Contemporany Christianity, além de contribuir ativamente no Pacto de Lausanne. Stott veio duas vezes ao Brasil, sendo que em uma delas ele participou de um Congresso da IFES, a qual ele tinha grande apreço. 
     Entretanto, para milhares de cristãos, a principal forma pela qual John Stott ganhou respeito e admiração, foi através da literatura. Seus mais de 40 livros foram traduzidos para mais de 70 idiomas. “Cristianismo Básico”, sua obra mais aplaudida, vendeu mais de 2 milhões de cópias. A diversidade da obra de John Stott nos permite recomenda-la para diversos tipos de pessoas, situações e interesses. Para quem quer saber o que fez com que Stott viesse a ser cristão, leia “Por que sou cristão?”. “Cristianismo Básico” é o livro indicado para quem busca entender melhor as bases da fé cristã. “Crer é também pensar” lança luz sobre a suposta batalha entre fé e razão e pode ajudar muitos universitários. Em “Ouça o espírito, ouça o mundo”, Stott talvez faz a melhor explanação sistemática de sua teologia. “A cruz de Cristo” mostra a enorme centralidade que o autor inglês dava à cruz no cristianismo; obra de grande peso teológico e altamente recomendada para quem quer aprofundar seu conhecimento acerca do significado da obra redentora de Cristo na cruz.  Em “Entenda a Bíblia”, ele viaja através das Escrituras e ajuda o leitor na sua contextualização e visão geral da Bíblia. Seu último livro, “O discípulo radical”, foi lançado pela Editora Ultimato neste ano. Toda obra de Stott deve ser apreciada e divulgada. 
     O último sermão pregado por John Stott foi em 2007 na Conferência de Keswick, e foram com estas palavras que ele o encerrou: “O propósito de Deus é nos fazer como Cristo. E a forma como ele faz isso é nos enchendo com o seu Espírito Santo”.
     O legado de John Stott ficará marcado no cristianismo. As palavras de Billy Graham após o anúncio da morte nos emocionam: "O mundo evangélico perdeu um de seus maiores porta-vozes, e eu perdi um de meus amigos pessoais e assessores. Estou ansioso para vê-lo novamente quando eu for para o céu..". Todos nós estamos ansiosos.
     
     "Alguma vez abrimos nossas portas a Cristo? Nós já o convidamos? Esta foi exatamente a questão que eu precisei ter colocado a mim. Pois, intelectualmente falando, eu tinha acreditado em Jesus toda a minha vida, do outro lado da porta. Regularmente tive dificuldades para fazer minhas orações pelo buraco da fechadura. Eu tinha mesmo empurrado tostões por debaixo da porta em uma vã tentativa de acalmá-lo. Eu fui batizado, sim, e confirmado também. Eu fui à igreja, li a Bíblia, tive altos ideais, e tentei ser bom e fazer o bem. Mas o tempo todo, muitas vezes sem perceber, eu estava afastando Cristo no comprimento do braço, e mantendo-o longe. Eu sabia que abrir a porta poderia ter consequências. Estou profundamente grato a ele por permitir-me abrir a porta. Olhando para trás agora por mais de cinqüenta anos, percebi que esse passo simples mudou toda a direção, o rumo e a qualidade da minha vida”. John Stott

     Que a nossa porta também seja aberta! Graças a Deus pelos 90 anos em que fomos abençoados pela presença de John Stott entre nós. 


Pedro Diniz

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